24 maio 2008

Mata-Munhoz


Pensamentos amaldiçoados
Minhas forças mais brutais
a mim me devem fazer mal
Hoje não posso ser tão contemplativo
Preciso espancar alguém
Nesta cama feito túmulo
Sepulto toda forma de sorriso
Nesta cama feito túmulo
O tempo não irá adiante

Sopros de mil impressões
Hora povoam e revivem
No maldito inconsciente
e me encontram desarmado
O inimigo mais vulnerável
Eu, meu corpo, minha fraqueza
Malditas imagens
em mim teimam em se sonhar

Não vejo além do concreto em face
Num dia gris a vida é gris
Preciso sair deste quarto
O quanto antes sair de mim
Preciso ser outro – e logo!

Maldita impressão
de ter tido de abrir os olhos
Para uma tarde sem esperança

Enquanto o homem dorme
Os demônios cativos à espreita
Estreitam os braços e
o tomam pelo pescoço

Hora não há mais esperança
Inútil faz-se lutar
Só mesmo a espera
Resignar-se e tão somente
Deixar com que doe
Com que queira me matar
e nada faça
Até que os demônios se cansem
Deles não espero piedade
Quero antes seu desinteresse
Pois nesta planície devastada
de minha tristeza interior
Até mesmo eles verão
Que nada há de interesse
E só assim, somente assim
Poderei um dia aos poucos
Recompor minha fortaleza

11 maio 2008

Mata-Munhoz

Vago pelo mundo imenso
Mas o que eu quero mesmo
É um buraco