08 janeiro 2009

Hélio Luís

Balada dos que viajam sem dinheiro e sem mulher


Aqui estou novamente! Fugir por amor é pouco.
Meu antigo amor se mudou, antes de mim ela planejou
Tudo o que eu lhe dizia ser minha vontade, ela antes
A mim fez, sem saudade. Nunca, jamais me revelou algo seu,ai,
Apenas perfidez. Agora ela se mudou pra mais distante
Do meu coração batido, pois ela sempre me usou bastante.
Ela, que me usurpou, largou o osso quando duro ficou,
Sem alvoroço, com frieza, quer continuar a me usar
Na sua fácil e alegre vida de princesa...
Sim, quando estava ela sem emprego,
Ela me empregou em trabalhos manuais sem recompensa...
E eu, que me julgava advertido, triste e calado
Fiquei com o coração assim, barato vendido.
Quem vê pensa, quem vê pensa que eu saí por cima.
Mas foi ela, a quem tudo confiei e que nada me confiou (ai, apenas perfídias),
Me usou e ridicularizou, brincou comigo em
Áspera e cruel dispensa. Mas fugir por amor é pouco!
Pois vou-me em busca de outros coitos
Afinal, o amor é isso:
Intenso, longo e prazeroso coito
Sim bora, pois se meu biscoito não afunda fica afoito.