26 dezembro 2009

Bruel

Manguezal Paradisíaco

Piso em terra, pelo asfalto
Negro vejo dias brancos
Pisca alerta, alarme alto
E o canto:

Trópico espiral
Montanha russa desembestada
Raptos a cem por hora
Lapso a troco de troncos

Janela espia dorsal
Caranguejo
Por inquietos instantes,
Narcotráfico lampejo

Beira televisiva companhia
Assiste sede de cartão postal
Palmeiras, lama, AR 15, cacal

Poder abusivo
Poder paralelo
Poder aquisitivo: compro
De sabor morango o preservativo
(Preserva o sexo
Preserva vida) e
Um telefone fotográfico que sorteia luz no salão
Destino: nuca e pescoço
Virtual vampiro moço em
Nua peleja:
Teus (an)seios (an)corados em sutiãs,
Minhas ruas

Ver conjunto só
Não basta
Punhal de solução
Monte sem vento,
Perto está longe..

06/2000

13 dezembro 2009

César G.

Currículo de Vida
Escrevo
minha matéria é o risco.
Vivo
minha matéria é o risco.
Arisco em meio à desordem,
arrisco:

Desarrumo – Desafino – Desafio – Desconfio – Descabelo –
Dispiroco – Desagrego

De Drummond a Torquato, o anjo continua sua queda eterna:
Quando eu nasci, um anjo porco, meio punk, meio lôco, disse pela minha boca,
rota:
Soul
assim meio...
Dionísio – seguindo a poliédrica ordem do caos, cá e lá, lá e cá.
assim meio...
Blake – passei do excesso, majestosa sabedoria dos limites além.
meio...
Rimbaud – meus desregramentos deliberados, orgias de sentidos mistos, místicos, múltiplos, mínimos.

E sigo,
tomando porrada,
ralando.
Mas, afinal, quem não rala não goza.
Yeah!