18 abril 2008

Mata-Munhoz


Tenho sono
Mas sem qualquer
vontade de dormir
Porque sei que
os homens alados
só vêm quando querem

Eu, do que sei
Sei de códigos de lei,
de deveres, afazeres
e prazeres que eu não terei

Minha cama de concreto
está que me soca o intestino
e o destino ainda secreto
não me permite desatino

Silencio, já é hora
Mas demora, vem o cio
e aflora até mesmo o desejo importuno

Coaduno um instante
Só até que eu me levante
e me zangue por estar zangado

Novamente me atrevo
decompondo o relevo dos lençóis
e mil faróis se sobrepondo

Pendo, peno, penso

Penso que não quero pensar
Mas com pesar
pois bem sei que a noite é longa

Me alongo, não é findo
Pernilongo vem zumbindo
Sem delongas salto novamente

A noite é escura

Linha dura,
Minha pura insolidez
e vem a vez de desistir

Saco a caneta,
que fazer!?
Logo me meto a escrever
Escrevo em estorvo
Faço um poema
Ou algo assim
deixo o dilema junto a mim
de não saber se esse poema
terá fim

Abrupto, deixo que seja
mais um mero poema corrupto
me entorpeço de sonífero
e o largo inconcluso
pois talvez só com abuso
terei então o sono enfim

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