30 junho 2007
29 junho 2007
Cabelos ao Vento
Balada da livre docência
Não, não, não
não me disseram que eu tinha esta roupa
não, não, não
hoje vou sair de tio sam
não, não, não
não me disseram pra fazer o que eu quisesse
não, não, não
eu reparto meu cabelo como e com quem eu quiser
não, não, não
eles estavam querendo me desfazer
não, não, não
tira mão
é meu, eu vi primeiro
eu?
eu não me entrego
eu gosto do meu ego
gosto de palhaço
e de mim eu me desfaço
quando quero
danço até bolero
com minha mãezinha
e mais louco é quem me diz, que não é feliz
Não, não, não
não me disseram que eu tinha esta roupa
não, não, não
hoje vou sair de tio sam
não, não, não
não me disseram pra fazer o que eu quisesse
não, não, não
eu reparto meu cabelo como e com quem eu quiser
não, não, não
eles estavam querendo me desfazer
não, não, não
tira mão
é meu, eu vi primeiro
eu?
eu não me entrego
eu gosto do meu ego
gosto de palhaço
e de mim eu me desfaço
quando quero
danço até bolero
com minha mãezinha
e mais louco é quem me diz, que não é feliz
27 junho 2007
Cabelos ao Vento
Iluminação
Era pra ser um dos grandes
ela estava me fisgando
quando eu
moribundo
preguiçoso
vagabundo
deitei
e curti a sensação plena
daquele poema
Era pra ser um dos grandes
ela estava me fisgando
quando eu
moribundo
preguiçoso
vagabundo
deitei
e curti a sensação plena
daquele poema
26 junho 2007
Pedro Braccini
TERCEIRA CATEGORIA
mais essa redondilha
círculo vicioso
uma quinquilharia
que não vem a calhar
um calhau afinal
mais essa redondilha
círculo vicioso
uma quinquilharia
que não vem a calhar
um calhau afinal
Pedro Braccini
no rasgo pleno
a agulha no ânus
o tempo e s g a r ç a em anos
na esperança da próxima dor
a pele arregaçada
olhar cicatrizado
nunca mais ileso
represa de pus
não sei onde pus o medo
o som retido
perdido
pra
sempre
pra
dentro do grito
a agulha no ânus
o tempo e s g a r ç a em anos
na esperança da próxima dor
a pele arregaçada
olhar cicatrizado
nunca mais ileso
represa de pus
não sei onde pus o medo
o som retido
perdido
pra
sempre
pra
dentro do grito
25 junho 2007
Vinikov
(sem título)
Numa cadeira de praia
punk
logo de manhã
com novíssimos
ray-ban
com uma blusa
de lã
vejo Hiroshima
mais vermelha que a China
Numa cadeira de praia
punk
logo de manhã
com novíssimos
ray-ban
com uma blusa
de lã
vejo Hiroshima
mais vermelha que a China
23 junho 2007
21 junho 2007
Ludicanti
pelo perpétuo vaga
um não sei quê de indagações previsíveis
antes de tudo e de mais nada
como antes e depois
ou quase o mesmo
mas não é
dessa maneira que alcançaremos
no intangível a obscura
saída da caverna desde onde a luz
projeta sombras retidas em nossos calcanhares
08 junho 2007
Vinikov
(sem título)
depois de momentos iluminatórios
gerados por lâmpadas amarelas de 30 wats
fiquei como um espantalho de braços
abertos para o terrível
ouvindo o galope antigo de um soluço
de pernas para o ar
e a motocicleta sem freios que sempre
desce uma ladeira íngreme depois da chuva
começou a rugir o motor e vir
para o terreno baldio onde faço
minhas escavações
de repente bilhares de escorpiões de aço
vermelhos e amarelos começaram a vir também
todos se arrastando como guitarras estraçalhadas
no palco da minha solidão
as enormes rodas de borracha começaram
a atropelar meus pensamentos
a amassá-los como latinhas de refrigerante
então encostei o dedo na minha consciência
e comecei a dançar a dançar como um deus doido dançaria
se houvesse deuses que dançassem
>
depois de momentos iluminatórios
gerados por lâmpadas amarelas de 30 wats
fiquei como um espantalho de braços
abertos para o terrível
ouvindo o galope antigo de um soluço
de pernas para o ar
e a motocicleta sem freios que sempre
desce uma ladeira íngreme depois da chuva
começou a rugir o motor e vir
para o terreno baldio onde faço
minhas escavações
de repente bilhares de escorpiões de aço
vermelhos e amarelos começaram a vir também
todos se arrastando como guitarras estraçalhadas
no palco da minha solidão
as enormes rodas de borracha começaram
a atropelar meus pensamentos
a amassá-los como latinhas de refrigerante
então encostei o dedo na minha consciência
e comecei a dançar a dançar como um deus doido dançaria
se houvesse deuses que dançassem
>
Ludicanti
Desistir é fácil
então acho que vou
desistir!
Viver uma péssima fase
não é uma boa desculpa
para continuar vivendo
e como duvidar
da própria existência
dos outros
não resolve meus dilemas
estar parado diante
de um móvel de madeira
pode ser espetacularmente
mais significativo
do que ser amado.
Cabelos ao Vento
Reminiscência Revista
Da possibilidade de ser
a última a única vez
num instante
o corpo é roupa
sobre a pele
sensação a primeira vista
Vista
O corpo é sua delícia.
07 junho 2007
Vinikov
(sem título)
meu sangue histérico
espirra na garoa
no meu sangue histérico
o metal pesado das indústrias
faz a sua flanerie
assim como eu caminho numa rua qualquer
de Berlim do meu inconsciente.
pai de todos os orfãos da cidade
eu sou um nada construído pela linguagem
que é ripa na chulipa
meu sangue histérico
espirra na garoa
no meu sangue histérico
o metal pesado das indústrias
faz a sua flanerie
assim como eu caminho numa rua qualquer
de Berlim do meu inconsciente.
pai de todos os orfãos da cidade
eu sou um nada construído pela linguagem
que é ripa na chulipa
Ludicanti
O cântaro úmido
disse adeus
As estrelas minguantes
disseram adeus
Você disse adeus
Eu permaneci
inóspito
Miguel Capobianco-Livorno
Poema Inaugural
Teço as primeiras amarras
somos criaturas radiotivas
meu impulso nervoso
procura seu casulo
no âmago da glândula pineal.
Falhamos ao ser poetas.
Teço as primeiras amarras
somos criaturas radiotivas
meu impulso nervoso
procura seu casulo
no âmago da glândula pineal.
Falhamos ao ser poetas.
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